Zambelli é considerada foragida após STF decretar prisão; deputada diz que está “intocável” na Itália
- Luana Campos
- 4 de jun.
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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) se tornou oficialmente foragida da Justiça brasileira. A decisão veio após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar sua prisão preventiva nesta quarta-feira (4), atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Zambelli já havia sido condenada pelo STF a 10 anos de prisão e à perda do mandato parlamentar, em razão do envolvimento na invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), episódio que faz parte das investigações sobre tentativas de desestabilizar o sistema democrático.
Saída estratégica?
A parlamentar anunciou que deixou o país dias atrás, alegando que viajou inicialmente para os Estados Unidos, em busca de um tratamento médico. No entanto, seu destino final seria a Itália, onde possui cidadania, o que a blinda de um eventual processo de extradição.
Em vídeos e entrevistas, Zambelli declarou que pretende se licenciar do mandato, direito previsto na Constituição. “Eu vim a princípio buscando tratamento médico que eu já fazia aqui e agora eu vou pedir para que eu possa me afastar do cargo”, disse.
Interpol e desafio ao STF
Com a fuga confirmada, a PGR solicitou a inclusão da deputada na lista de difusão vermelha da Interpol, que permite o acionamento da polícia internacional em busca da captura. Zambelli, por sua vez, desdenhou da decisão:
“Sou cidadã italiana. Pode colocar Interpol atrás de mim, eles não me tiram da Itália. A não ser que a Justiça italiana me prenda. E aí não vai ser o Alexandre de Moraes, vai ser a Justiça italiana. Estou pagando pra ver”, afirmou ao portal CNN Brasil.
Resistência ou desobediência?
Em tom desafiador, Carla Zambelli negou estar fugindo da Justiça e classificou sua atitude como um ato político de resistência. “Não estou me escondendo. É um ato de resistência. E tenho respaldo constitucional para me ausentar”, disse a deputada bolsonarista.
Com isso, o caso tende a escalar para o campo diplomático, envolvendo o governo italiano, enquanto o Brasil tenta manter a autoridade de suas instituições no cenário internacional.












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